A verdade é que a menstruação ainda é um tabu social. Mesmo entre mulheres. Mais ainda entre homens... Ainda achamos que menstruar é ruim, incômodo, sujo, nojento. Quem nunca ouviu dizerem quando você está irritada: "ih... tá de chico!"? Como se mais nenhum motivo irritasse uma pessoa, homem ou mulher. Existe sim, uma mudança com nosso corpo neste período, hormônios atuam, emoções se afloram (ruins e boas), exalamos feromônios, poder, inspiramos criação! A menstruação é a evidência de que o poder de Criação está em nós! Mudando nossa relação com nosso ciclo, mudamos o que sentimos quando o experimentamos. Existe um grande grupo ativista nesse movimento que afirma que mulheres que experimentam seu ciclo sob essa visão não têm TPM (ou têm menos), não sentem cólica (ou sentem muito pouca). Alguns estudos apontam que esses sintomas não têm causa fisiológica, mas são sintomas físicos oriundos de uma somatização de conceitos há muito arraigados em nossa história. Vejam bem, eu não sou médica, mas já ouvi isso em diversas palestras. Eu já fui cética quanto à isso, ouvia e achava uma grande besteira. O útero contrai = dói! Enxurrada de hormônios = fico puta da vida! Mas eu estava inserida num grupo de mulheres que não pensava nem agia assim e fui lentamente interiorizando certos conceitos, participando de seus encontros "vermelhos", me identificando, as admirando e comecei a gostar da minha menstruação e me ver de outra forma. EU não sinto mais cólica, EU não sinto mais dor de cabeça, não sinto mais sono, não fico mais indisposta, não fico mal-humorada, pelo contrário, me permito ter acessos de raiva sim, mas também tenho momentos de extremo prazer e euforia, pois a variação hormonal também permite isso! Diante disso, eu não tinha mais como achar besteira, então passei a divulgar, pois me fez tão bem... Segundo esses ativistas, se encaramos nossa menstruação como a época em que estamos poderosas, nossa feminilidade aflorada, em que nosso corpo deflagra a renovação para um novo ciclo de criação, que denota em nós a capacidade de criadoras de vida, conseguimos mudar os sintomas que experimentamos com a visão que recebemos por osmose de que o nosso sangue menstrual é nojento, que mulher menstruada é impura, que quando está "de chico" ninguém precisa levar a sério seus anseios e sentimentos, antigamente dizia-se que ela não podia sentar à mesa com os demais, que devia ter louça separada, que quando segurava o leite, ele talhava... tanta besteira...
Sabe de onde isso vem?
Muito mais antigamente, antes do advento do patriarcado, quase toda sociedade já foi matrifocal. Era diferente de matriarcal, ou seja, liderada por mulheres, matrifocal significava centrada no feminino. Nessa época, o sangue menstrual era reverenciado como sagrado, pois assim o eram as mulheres. Elas eram curiosas: sangravam por dias e não morriam. Quando esse sangue demorava, ela se recolhia e gerava um outro ser. E o alimentavam de seus próprios corpos. Eram Deusas! Criadoras! Eram sagradas. Cada um tinha seu papel na sociedade, homens e mulheres e esse era um papel encarado com muita felicidade, pois era PRIVILÉGIO das mulheres ter esse dom. E não um fardo. Era privilégio das mulheres sangrar, pois era isso que lhes dava o privilégio de gerar, criar, de ser Deusa!
Com o patriarcado, perdemos essa visão. Continuamos sangrando e parindo, mas não mais somos vistas nem nos sentimos Deusas. O patriarcado precisava centrar a atenção no masculino, para que esse fosse o foco e fonte maior de poder. E a dessacralização de tudo que era feminino foi o meio de se atingir esse objetivo. Triste, não? Essa ação tinha como objetivo o resgate dessa visão, desse sentimento em relação ao ciclo feminino, não mais com visão focada em gênero, mas com a visão centrada em integração. Feminina e masculina.
E sim, mulheres que convivem muitas vezes menstruam juntas, o que prova que estamos mesmo em uma irmandade! =) Uma irmandade vermelha!
Beijos vermelhos a tod@s!!!
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