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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Campanha Licença Maternidade de 6 meses

Época das estrepolias intra-uterinas!

Então, eu comecei a sentir o Andrej mexer MESMO na semana passada só. Antes eu sentia como se tivesse uma borboletinha batendo asinha lá dentro, mas não tinha muita certeza se era contração ou meu intestino e tb não dava pra sentir por fora. É, é esquisito... semanas sentindo isso e curiosa pra saber como e quando eu iria começar a sentir chutes e calombos no estilo "alien". Foi aí que na quinta passada estava eu sentada na rede da varanda lendo um livro e pegando um sol no peito (faz bem pra preparação pra amamentação) e minha barriga pulou! Eu não sabia o que fazer, fiquei imóvel, chamei meu marido baixinho com medo de assustar o bebê e ele não fazer mais. Pulou de novo! Quando o marido chegou... parou. =(  E daí que vira e mexe eu sentia aquilo, fazia uma cara de assustada! Depois disso ele começou a mexer cada vez mais, duas, três, cinco vezes por dia, depois, o tempo todo! Fica quieto uns minutinhos, que deve estar dormindo, depois passa vários outros chutando. Mas meu marido demorou uns 3 dias pra conseguir sentir. Agora tá mais fácil, ele mexe com frequência, tá ficando mais forte. Ainda não faz aqueles ovos na barriga, mas dá chutinhos e dá pra ver e sentir de fora.
Hoje eu tava com fome, passei por uma funcionária que tava com um biscoito que eu nem gosto, mas quando vi, lembrei da fome e o estômago roncou. Cara, ele deu uns 5 chutes seguidos e eu tive que falar "calma meu filho, a gente já tá indo almoçar"... rs
Pegamos emprestado aqui na empresa um estetoscópio para ver se conseguimos escutar seu coraçãozinho, mas tudo que a gente ouve é meu estômago fazendo barulhos estranhos. Uma hora vai ser assim de repente tb e a gente vai ouvir. =)

Campanha Segunda Vermelha


Campanha 2@Vermelha 2011 - 02 de maio, segunda-feira!

1 milhão de mulheres celebrando sua menstruação!

Ativismo menstrual em ação! Está chegando a hora de mais uma Edição da Campanha 2@Vermelha. A campanha, que é mundial,  tem como objetivo a valorização da menstruação em vários aspectos, para incentivar as mulheres a cuidar de sua saúde íntima e reprodutiva, dando-lhe maior visibilidade no cinema, nos meios impressos, na arte, em outras mídias e redes sociais. A iniciativa no Brasil é do Coletivo de Mulheres Clã Ciclos Sagrados. Este ano a novidade é a transmissão simultânea da mesa-redonda em torno do tema que acontecerá em São Paulo.

Todos os anos, desde o início da campanha no Brasil em 2008, sempre criamos formas de incentivar as pessoas, homens e mulheres, principalmente as mulheres, a gerarem ações para chamar a atenção para o slogan da Campanha: 1 milhão de mulheres celebrando sua menstruação!

Você deve estar pensando: “Ah, mas eu não estou em São Paulo!”. Mas graças a esse mundo fabuloso da rede teremos duas formas de você estar conectad@:
• Transmissão simultânea da mesa-redonda, a partir das 20hs;
• Exibição posterior na Tv2@Vermelha de trechos da tarde de palestras;

Outras formas de participar

• Manifestar-se no Twitter, Facebook e outras mídias sociais. (usando o tag da campanha)
• Gerar o um post no seu blog, se tiver. (usando a imagem oficial)
• Ir de vermelho para o trabalho.
• Presentear suas amigas e companheiras de trabalho com algo simbólico.
• Organizar um encontro com suas amigas para discutir o assunto. (se possível, registre e envio-nos uma foto com relato)
• Use, ainda, sempre que possível, folder/imagem/logo da campanha do ano corrente, assim, quem não sabe de nada do que está acontecendo e do que você está falando pode ser capaz de imediatamente fazer um link.
• Mande fotos para o banco de dado/museu , mas tem que ter algo na foto que indique que o registro foi no dia da campanha, ou seja, imagem na mão, cartaz ou folder, por exemplo, para que indique que estavam todas reunidas no dia da Campanha 2@Vermelha, dia 02 de maio de 2011. Use o e-mail para enviar: cladosciclossagrados@yahoo.com.br O combinado é que você possa enviar o que de bacana surgiu dessa troca. Isso irá ajudar para continuarmos a manter o museu da Campanha2@Vermelha, além de aumentar as informações a respeito do que pensa a mulher contemporânea sobre menstruação.

POR QUE COMEMORAR?

• Para criar um senso de diversão em torno da menstruação, dissociando a conotação negativa que este período tem na vida da mulher;
• Para incentivar uma melhor relação das mulheres com seus ciclos menstruais;
• Para incentivar as mulheres a cuidar de sua saúde menstrual e reprodutiva.
• Para criar uma maior visibilidade da menstruação, no cinema, meios impressos, música e outras mídias.
• E para melhorar a honestidade sobre a menstruação em nossos relacionamentos.

ORGANIZAÇÃO NO BRASIL É DE:

Coletivo Clã Ciclos Sagrados
Sabrina Alves
Danielle Sales
Bia Fioretti

PROGRAMAÇÃO:

16h: Conference Call com a ativista menstrual americana autora do livro “Becoming Peers:Mentoring Girls into Womanhood”,  DeAnna L’am. “Menstrual Monday – A Worldwide Sisterhood” (Segunda Menstrual: a irmandade mundial) com tradução.
PALESTRAS

17hs: “Magia e prazeres dos ritmos do feminino” - Bia Fioretti
18hs: “Cyber Ativismo Menstrual” - Danielle Sales
19hs: “O potencial criativo da Menstruação” - Monika Von Koss
20hs as 21hs30 – Mesa-redonda com Mediação de Sabrina Alves: Monika Von Koss, Danielle Sales, Bia Fioretti e participação de perguntas.
ONDE

Instituto Naradeva Shala
Endereçeo: R. Coriolando, 169/171 (próximo ao Shopping Bourbon e ao Sesc Pompéia)
http://www.naradeva.com.br/

INSCRIÇÕES E CONTRIBUIÇÃO

1 kg de alimento não perecível humano + 1 kg de ração para gato ou cachorro.
Ou
2 kgs de alimento humano

CONTATO

E-mail: cladosciclossagrados@yahoo.com.br
Fone: 3862-7321 (no Naradeva Shala)

ATENÇÃO REVENDEDORES: quem quiser revender absorventes e coletores e produtos relacionados ao tema no evento, entrar em contato com Lu ou Lilian pelo fone: (11) 3862 7321

Informações:

Siga 2@Vermelha no TWITTER: @SegundaVermelha

Siga 2@Vermelha no FACEBOOK: Fanpage: Campanha2aVermelha

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Lembranças

Ontem no banho (adoro pensar no banho) fui arrebatada por uma torrente de lembranças da minha infância. 

Comecei lembrando de quando fazia inglês e meu avô vinha toda terça e quinta com sua brazília me pegar para me levar para casa. Ele não tinha essa obrigação, eu nunca pedi que ele o fizesse. Mas toda terça e quinta ele estava lá na esquina me esperando e sempre me levava um chocolate. Quase sempre era um Lancy, mas de vez em quando um Chokito ou um Milk Bar. Era muito gostoso e eu sempre dava um beijão nele e pedia que mandasse um beijão para a vovó. Sorri lembrando disso, um sorriso muito bom.

Depois pensei nas lembranças que tinha de quase toda minha família. Lembrei da minha mãe brincando de menininho comigo, fazendo seu dedo indicador e médio virarem perninhas que saíam andando pelo meu corpinho de criança e fazendo uma vozinha fofa. O "menininho" me colocava  pra dormir, me dizia que a comida tava boa e me pedia pra comer, me contava histórias e me fazia cócegas, eu amava. Até hoje peço a minha mãe pra fazer o "menininho" e viro criança de novo. Então veio uma enxurrada de memórias da minha mãe: ela desenhando um canguru a meu pedido e eu nem sei como ela fez isso, ela me pareceu uma artista nesse dia; ela me ensinando a andar pulando que nem moleca; ela me mostrando como era a dança das mãos do balé; ela cantando "dorme, anjo" pra mim. Nossa, enchi meus olhos d'água e sorri mais.

Então, lembrei do meu pai, que é um cara normalmente muito sério, mas quando penso nele, me lembro de brincar de pique-esconde com uma metralhadora d'água, eu, ele e meu irmão. Ele chegou em casa um dia com 3 trecos desse e propôs a brincadeira. Passamos a tarde toda rindo e molhando a casa inteira, foi uma delícia. Minhas lembranças dele são assim: ele atravessando a rua movimentada comigo e de repente abaixando num sopetão e gritando "olha o avião!" Só eu que já o conhecia, continuava andando, mas quase que todo mundo a nossa volta prontamente se abaixava, era hilário; ele escalando os portais da casa e se escondendo no vão do hall pra dar susto na gente quando a gente passasse; ele ensinando a gente a escalar portais...

Lembrei da minha madrinha, que desde adolescente sempre me reservava um dia para sair comigo, passear, fazer unha, cortar o cabelo, fofocar. Lembrei de antes disso, quando ela escrevia na minha agenda coisas como o dia em que eu fiquei menstruada pela primeira vez ou  meu nome e mais uns tracinhos com apenas uma letra evidente, ocultando o nome do garoto de quem eu gostava, com um enorme coração em volta.

Lembrei de meu irmão pirralho me espremendo no carro enquanto eu reclamava irritada e minha mãe explicava que ele queria ficar perto de mim, ou dele com uma havaiana que devia ter menos de 6cm de tamanho, correndo em círculos atrás de uma barata pra me defender. Lembrei da sensação que eu tinha quando assoprava com força a "melancia" da barriga da minha irmã e ela ria achando a coisa mais divertida do mundo enquanto eu só inflava mais e mais de amor por ela. Me lembro de como era bom poder fazer a mamadeira dela, pois me sentia cuidando dela. Ela foi o bebê que eu mais amei até hoje. Penso se vou amar o Andrej ainda mais e acho que se eu conseguir, meu coração vai explodir.

Lembrei da minha avó vindo passar o dia conosco na casa que moramos em Quintino e de como eu esperava ela na grade até ela chegar ansiosamente. Lembrei da gente pintando ursinhos carinhosos em isopor e cortando com um fio quente que derretia o isopor, aquilo era muito legal!

Lembrei da minha outra vó me ensinando receitas, escrevendo pra mim com todos os detalhes como se faz isso ou aquilo, lembro de namorar seu livro de receitas, do seu bobó, da sua rosca doce.

Lembro da Martha Rocha, da Barbarella, do Xereta, do boné de jacaré, da Galinha Magricela... 

Não tenho mais nada pra falar, só estou prevendo as lembranças que meu filho terá num futuro distante, de mim, do pai, dos avós, dos tios... Meu coração pula!

Ele também. 

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Retrospectiva de 18 semanas!

Andrej, olha quanta coisa você já fez!!!!!!

Você foi na festa de fim de ano da empresa da vovó, mas a gente nem sabia que você estava na minha barriga, nessa época você era do tamanho de ua cabecinha de alfinete:

Você contou pra outra vovó que você estava chegando e ganhou um abração:

Você contou pra família, primos e até pra amigos bem sumidos:

Você foi no aniversário do Pedro "da chupeta":

Você tatuou com a mamãe, olha o trabalhinho que nós fizemos:

Você ganhou um montão de presentes de natal:

Você cantou parabéns pra tia Fernanda:

Você fez bagunça com a sua família:

Você viajou pra Bahia quando ainda tinha o tamanho de um amendoim (foi aí que todo mundo começou a chamar você de Minduim):

Você foi a um Festival de Cultura Alternativa, bebê cool esse:

 Você recebeu um monte de carinho de pai (e comeu coisas gostosas do fundo da foto):

Você foi xamegado pelos seus irmãozinhos gatos:

Você foi no aniversário da Selene:

Você nadou no mar de Angra:

Você andou de lancha:

 Você pulou carnaval com vovó, tios e amigos:

 Você foi num baile de dança de salão, no niver da Aline:

Você foi no show do NV:

Você viu a mamãe fazer 30 anos!

Essas são algumas das mulheres da sua vida, faltou tia Gina, vovó Andrea, bisa Eloísa, tia Thalyta...

E esses são alguns dos homens da sua vida, faltou o vovô João, o tio Daniel, tio Pierre...

Enfim... você já está assim, aparecendo pra todo mundo:

Ah, esqueci de dizer: você foi amado em cada segundinho desses aí.
E nos segundinhos entre eles.
Por um monte de gente.

Mamãe Ana.

O peso da responsabilidade

Nós que estamos imersas no mundo do parto humanizado ouvimos muito a frase de Michel Odent: "para mudar o mundo precisamos antes mudar a forma de nascer". Acredito muito nessa frase. Nascer com amor não gera apenas bebês saudáveis, gera mães felizes e confiantes, garante um vínculo mais intenso entre mãe e filho, e isso muda o mundo sim, pra melhor!

Há quem diga que as mulheres já são responsabilizadas de muita coisa. Carregar o peso nas costas de tudo isso e mais o de mudar o mundo atrávés de uma cultura de parto mais digna, já é demais.

Acho sim que temos muitas responsabilidades e somos responsabilizadas de mais um tanto. Mas essa questão de mudar o mundo é uma consequência do que já estamos fazendo, ou seja, eu estou fazendo isso quando difundo e defendo uma cultura mais digna de nascimento, quando escolho isso para mim. Quando faço isso, eu contribuo para essa mudança. Me sento bem, me dá vontade de espalhar mais ainda essa coisa boa. Um bem que gera um bem ainda maior. Mais mulheres deviam se empoderar dessa forma.

Eu também não sou obrigada a desligar a água quando me ensaboo, a fazer xixi no banho, reciclar, usar sacolas retornáveis, preferir usar meu copo ao descartável na empresa onde trabalho, mas essas atitudes contribuem sim para mudar o mundo. Mais uma vez reforço: não é uma obrigação. Mas é uma responsabilidade. Sim, minha e de qualquer cidadão. É um peso? Não pra mim, me sinto feliz de fazer isso tudo.

Difundir essa cultura de parto respeitosa não é uma obrigação. Mas é uma responsabilidade sim, não só de nós mães, mas também dos pais de apoiarem suas esposas, dos médicos de se atualizarem, do governo de incentivar e fazer campanhas, dos hospitais de abrirem suas portas para a possibilidade, dos convênios de criarem condições para que isso aconteça. Mas nada disso pode acontecer se não houver demanda. Quanto mais mulheres se informarem e exigirem um parto respeitoso, mais as demais partes de adequarão. Somos um agente importante nesse movimento uma vez que somos as protagonistas desse ato! Somos nós que parimos! Acho construtivo que tenhamos consciência disso.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Carta ao amigo distante

"Amigo,

Tem épocas, como agora, que me dá a louca e eu saio à caça de coisa nova pra ouvir. Ouvido cansa de vez em quando. Agora, com o baby, eu estou à procura da trilha sonora de parto perfeita. Tá sendo um mega desafio. Queria músicas que proporcionassem uma viagem interior, quase que espiritual. Acho que to me preparando pra um rito de passagem DAQUELES. Acho que já te falei, mas vou ter o bebê em casa, da forma mais natural possível.

Bem, e quanto à estados alterados de consciência, você se assustaria como a maternidade pode ser alucinógena. Eu nunca curti muito beber e não tomo um drinquinho sequer desde resolvi engravidar.  Mas é uma viagem doida por si só poder perceber as mudanças que estão acontecendo na minha vida, no meu corpo, na minha familia, no meu marido. Sinto como se tivesse óculos com visão extra-cotidiano permanentes. Minha parteira (que na verdade é enfermeira obstétrica) tem uma proposta que se encaixa bem com o que eu to vivendo. Segundo ela, nem todas as mulheres se permitem viver o parto como ele é, ficam presas no mundo racional, ao medo incutido nelas pela cultura insalubre de parto que a gente tem, onde dar à luz é atribuição médica e nao delas (das mulheres). Aquelas que embarcam na viagem de parir vão para o que elas chamam de "partolândia", um estado alterado de consciência em que claramente a mulher se despe desses conceitos "civilizados" da sociedade e literalmente vira bicho, vive sua plena capacidade de ser mulher, gestar, criar, gerar, parir, defender a si e sua cria. É bem bonito. E eu a procurei por isso, porque queria parir sozinha, queria eu mesma fazer meu parto, queria estar no meu ambiente, no meu ninho e fazer o que eu tivesse vontade.

Se você olhar com os olhos certos, tudo é uma viagem.

Bem, no mais, eu não sei se já te contei, mas o bebê se chama Andrej, é um menino! Ele já tá me dando uma barriguinha bem de grávida mesmo, as pessoas já se referem à mim na rua como grávida (dão lugar, ajudam), é muito engraçado. De vez em quando me vem uma vontade de olhar sério e dizer "obrigado, senhor, mas eu não estou grávida", só pra ver a cara de pamonha das pessoas. Acho tb que eu já estou começando a parecer um pinguim quando ando. O Andrej já mexe, mas só eu sinto, não dá pra sentir por fora, tenho peninha do pai que tá doido pra sentir também. Toda noite ele fica cochichando com a minha barriga esperando alguma coisa, acho que mais dia menos dia ele vai sentir. E vai ser tão bom poder compartilhar isso com ele. Por enquanto, quando mexe, eu sinto que é uma coisa só entre nós dois (eu e Andrej) e ao mesmo tempo que sinto que é um privilégio, tb sinto solidão. Uma coisa acontecendo só dentro de mim. Eu fico viajando nele nadando lá dentro da minha barriga, fico tentando descobrir em que posição ele tá. Converso muito com ele, o dia todo fico narrando meu dia pra ele, zoando as pessoas em segredo pra divertir ele. Na verdade acho que só quem ri sou eu quando vejo como sou boba, mas na minha cabeça sinto ele pensando que a mãe dele é engraçada e acho que ele deve estar feliz. Aí eu fico feliz também.

Bem, isso é só um pouco do que eu tenho vivido, deu pra sentir que tá sendo realmente uma viagem, acho que a melhor de todas.

E pode escrever qualto quiser, viu, afinal, mesmo sem cerveja, olha o quanto eu escrevi!

Ana"



Escrever cartas às vezes é catártico. Devia fazer isso mais vezes.