Nós que estamos imersas no mundo do parto humanizado ouvimos muito a frase de Michel Odent: "para mudar o mundo precisamos antes mudar a forma de nascer". Acredito muito nessa frase. Nascer com amor não gera apenas bebês saudáveis, gera mães felizes e confiantes, garante um vínculo mais intenso entre mãe e filho, e isso muda o mundo sim, pra melhor!
Há quem diga que as mulheres já são responsabilizadas de muita coisa. Carregar o peso nas costas de tudo isso e mais o de mudar o mundo atrávés de uma cultura de parto mais digna, já é demais.
Acho sim que temos muitas responsabilidades e somos responsabilizadas de mais um tanto. Mas essa questão de mudar o mundo é uma consequência do que já estamos fazendo, ou seja, eu estou fazendo isso quando difundo e defendo uma cultura mais digna de nascimento, quando escolho isso para mim. Quando faço isso, eu contribuo para essa mudança. Me sento bem, me dá vontade de espalhar mais ainda essa coisa boa. Um bem que gera um bem ainda maior. Mais mulheres deviam se empoderar dessa forma.
Eu também não sou obrigada a desligar a água quando me ensaboo, a fazer xixi no banho, reciclar, usar sacolas retornáveis, preferir usar meu copo ao descartável na empresa onde trabalho, mas essas atitudes contribuem sim para mudar o mundo. Mais uma vez reforço: não é uma obrigação. Mas é uma responsabilidade. Sim, minha e de qualquer cidadão. É um peso? Não pra mim, me sinto feliz de fazer isso tudo.
Difundir essa cultura de parto respeitosa não é uma obrigação. Mas é uma responsabilidade sim, não só de nós mães, mas também dos pais de apoiarem suas esposas, dos médicos de se atualizarem, do governo de incentivar e fazer campanhas, dos hospitais de abrirem suas portas para a possibilidade, dos convênios de criarem condições para que isso aconteça. Mas nada disso pode acontecer se não houver demanda. Quanto mais mulheres se informarem e exigirem um parto respeitoso, mais as demais partes de adequarão. Somos um agente importante nesse movimento uma vez que somos as protagonistas desse ato! Somos nós que parimos! Acho construtivo que tenhamos consciência disso.
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