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quinta-feira, 31 de março de 2011

Poupando no sabão em pó!

Pessoal, hoje o post tem cunho ecológico e foi indicação do meu irmãozinho Oannes, que como eu se liga muito na saúde do planeta. Como toda mãe consciente, eu quero pros meus filhos um mundo mais saudável e limpo e quero que eles cultivem esses hábitos como nós, os pais dele. Pequenas atitudes, que às vezes até nos ajudam a poupar grana, ajudam muito. Aqui vai mais uma dica assim: a Eco Laundry Ball.


Trata-se de uma bolinha que, colocada na máquina de lavar junto com a roupa suja, lava sem precisar usar sabão, prevenindo que este polua nossas águas potáveis e cause danos ao ecossistema dos quais nem temos ciência! Você sabia que a espuma do sabão não se dissolve na natureza e cria uma camada sobre as águas que impede que os raios solares penetrem nela, tornando o ambiente abaixo da superfície hostil à diversas formas de vida? A solução disso seria usar sabão biodegradável, mas vocês já viram quanto custa??? Mais do dobro que o sabão em pó comum. Inviável. Até hoje. O mecanismo da Eco Laundry Ball é magnético e faz com que a sujeira se desprenda da fibra da roupa e, segundo as reviews da internet, funcionam mesmo. Caso a roupa esteja muito encardida ou suja, um molho pode ajudar e, em casos extremos, um pouquinho de sabão (que, aí sim, pode ser biodegradável já que tão cedo você não vai precisar comprar mais). Segundo o fabricante duram em torno de 365 lavagens. Não é maravilhoso pensar que, além de estar contribuindo com a saúde do meio-ambiente, você não vai precisar comprar sabão em pó por mais de um ano?

A bolinha só é vendida no Greenvana e custa R$39,00 mais frete. Aliás, essa é uma loja online de produtos ecológicos bem legal.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Salve o curso de Obstetricia da USP

Entenda porquê queremos salvar o curso de Obstetrícia da USP. E se puder, apóie a causa:


"Meu nome é Ana Cristina Duarte. Coordeno no GAMA - Grupo de Apoio à Maternidade Ativa. Sou obstetriz formada pela USP-EACH.

Quando decidi me dedicar ao atendimento de mães e bebês, já casada, dois filhos, vida estabilizada, eu poderia ter trilhado qualquer caminho que quisesse, qualquer carreira. Mas eu esperei por alguns anos, perseguindo a Profª Dulce Gualda em todos os eventos de Humanização para saber quando sairia o prometido curso de obstetrícia da USP. No tempo em que esperei o curso sair, eu poderia já ter completado um curso de enfermagem! Mais dois semestres e algumas horas de estágio, eu já poderia ser enfermeira obstetra. Mas não era o meu sonho. Eu não me via como enfermeira, eu não queria estudar doenças, hospitais, cuidado com idosos, crianças, UTI, procedimentos, cardiologia, oncologia, sistematização do processo de cuidar, antes de me dedicar à minha paixão.

Eu queria estudar a mulher, seus processos, a gravidez, seus partos, seus bebês. Eu queria reinventar o cuidado na gravidez, parto e pós-parto. Eu queria pensar em como cuidar da mesma mulher desde o resultado do exame de gravidez, até ela estar amamentando seu bebê. Eu queria estar com ela desde o início, até o fim do processo. Com a mesma mulher, na sua família, na sua casa, no seu contexto social, emocional, afetivo. Eu me via assim, parteira. Eu não me via assim, antes enfermeira, depois especialista. Questão de identidade pessoal com uma carreira que já existe internacionalmente e já existiu no Brasil!

Quando o curso saiu para o vestibular de 2005, eu devo ter sido a primeira a me inscrever! Foram quatro anos de dedicação. Quatro anos estudando tudo o que se refere à mulher, nesta fase da vida. Tínhamos na ponta da língua tudo o que era normal e o que era anormal. Normal na média, normal fora da média, anormal. Exames, diagnósticos, sintomas. Equipe multidisciplinar, UBS, alto risco, baixo risco. Fisiologia, anatomia, nutrição, sociologia, psicologia. Mecanismos do parto, manobras, posições, apresentações, distocias, eutocia. Intervenções, estatísticas, saúde pública e privada. Filmes de parto entre técnicas de esterilização. Parto na água entre elaborações de escala.

Sacolejando em trens ou parados na Marginal Tietê ao final de um dia cansativo, nós sobrevivemos a quatro anos de intenso treinamento focado na assistência humanizada, segura e baseada em evidências no ciclo da gravidez, parto e puerpério.

Foram quatro intensos e difíceis semestres de estágio, porque ainda não existem campos de estágio onde a mulher seja vista e tratada como nós, alunos, havíamos aprendido na escola. Mas ainda assim pudemos atender muitos partos, consultas de pré natal, consultas de pós parto, em ambulatório e domicílio. Massagem nas costas e partograma, palavras de incentivo, acocorar no banheiro, abraçar, controlar a dinâmica e o gotejamento (desse não pudemos escapar). Proteção do períneo, clampeamento tardio (quando conseguíamos), contato pele-a-pele (quando transgredíamos).

Tivemos um excelente curso, que certamente poderia ser melhor (tudo pode ser sempre melhor) e que desde então vem sendo melhorado ano a ano, com novas disciplinas, reestruturação da grade, adaptação a exigências. Formamo-nos obstetrizes competentes e sedentos por trabalhar na assistência. Não queremos ser enfermeiros, nem médicos, nem psicólogos.  Queremos trabalhar na assistência à saúde da mulher durante a gravidez, parto e puerpério. Apenas obstetrizes, como existem em todo o mundo sob os curiosos nomes de sage-femme, midwife, matrona, partera, hebamme, ostetrica, obstetrix, llevadora. Não estamos reinventando a roda e não negamos a importância de todas as outras profissões que existem.

Quero apenas continuar fazendo o que amo: assistência dentro de equipe multidisciplinar, com parceiros obstetras, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, doulas, educadoras, pediatras e muitos outros. Quero continuar parceira respeitosa e privilegiada desses maravilhosos médicos e enfermeiras obstetras que têm nos dado os braços nessa longa jornada pela melhoria da assistência à saúde no Brasil. Mas não quero ser enfermeira nem médica. Eu sou obstetriz.

Neste momento o primeiro e único (por enquanto) curso de formação de obstetrizes do país está sob ameaça. A USP pretende encerrar as vagas para a carreira já no próximo ano. A justificativa é que o COFEN (Conselho Federal de Enfermeiros) não nos reconhece como enfermeiros (que não queremos ser), bem como não mais reconhece a profissão obstetriz, apesar dela ser mais antiga que a enfermagem obstétrica. A proposta oficial da USP é "Fundir o curso de obstetrícia com a enfermagem", ou seja, aumentar um pouco o número de vagas para Enfermagem no vestibular e extinguir de vez a Obstetrícia.
Esse é o começo do fim. Sem vagas, sem alunos. Sem alunos, sem curso. Sem curso, sem carreira. Sem carreira, sem obstetrizes. Mesmo as que existem serão como solitárias andorinhas voando sem um bando. Sem fazer verão. Sem mudanças no cenário. Continuaremos como era antes, o que não era nada bom. Para impedir que isso aconteça, é necessária muita pressão da sociedade e é isso que estamos tentando fazer. Para isso peço sua ajuda neste momento.

Assinando nossa petição, manifestando nela a sua opinião, vamos mostrando que o curso não é uma manifestação de 250 alunos e 150 obstetrizes formados. Não estamos falando mais de um vestibular, nem de alguns formados a procurarem uma nova carreira. Assinando e manifestando repulsa a essa amputação proposta pela USP, mostramos que o curso e seu ideário são uma manifestação da sociedade por um mundo melhor, por uma forma diferente e justa de se gestar, nascer, dar à luz e amamentar seus filhos, que seja acessível a todas as mulheres. A obstetrícia não diz respeito a obstetrizes, enfermeiros, médicos, USP, CFM ou COFEN. A obstetrícia diz respeito à vida de todos e ao futuro dos nossos filhos.

Assine o ABAIXO ASSINADO EM PROL DO CURSO DE OBSTETRICIA DA USP. Basta nome e RG, mas você também pode deixar uma mensagem de apoio. Não precisa preencher os outros dados.




Visite o Blog Obstetrizes Já

Ana Cristina Duarte
Obstetriz
GAMA"

quinta-feira, 10 de março de 2011

Promoção todo dia é dia das mulheres

Essa vai pras mulheres:

O Blog Parto no Brasil está com uma promoção bem legal:  Promoção todo dia é dia das mulheres. São três prêmios BEM de femininos - um Vale-Presente no valor de R$34,00 da Samba Calcinha; um absorvente ecológico em tecido, com duas faixas atoalhadas, do Ninho da Coruja e um coletor menstrual da Miss Cup!
Serão três sorteadas no dia 31 de março de 2011, quinta-feira, a partir das 20 horas.
Acessem o link da promoção acima e saiba como participar!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Caminhando Pelas Terras Do Parto

O relato a seguir é de Goddess Leonie Allan, mãe escritora e artista australiana, autora do blog The Goddess Guidebook e fundadora do Goddess Circle.

Caminhando Pelas Terras do Parto: Como Nossa Filha Veio Ao Mundo
A hora havia chegado.
Eu ajoelhava sob uma cama de hospital.
Só havia os puxos.
Sentia-me sublime. Forte. Poderosa.
Após um trabalho que me tirou de mim mesma, onde tudo o que podia fazer era respirar e continuar assistindo a eternidade por trás de meus olhos... e isto. De repente, era simples. Era poderoso. O puxo. Não havia dor, só o puxo.
Aos olhos de todos os outros, eu era um sentinela sentado. Por todas as dez horas que precederam aquele momento eu não havia me movido, não havia falado, não havia sequer aberto meus olhos para ver ou boca para falar. Eu estava meditando. Eu estava parindo calmamente. Eu era o Buda Parindo.
Em meu interior, entretanto, outra história estava sendo contada.
Eu estava caminhando pelas Terras do Parto. Eu era uma xamã. Guerreira. Eu adentrei profundamente as minhas cavernas e lutei contra os Ursos da Tribo do Medo. Eu venci. Minha luta foi vitoriosa. Eu a encontrei. Eu estava retornando para casa. Eu estava trazendo minha filha de volta comigo.
Entardecia. A luz era amena. Havia somente reflexos dourados de luz.
Eu sentia cabeça, ombros, costas, cotovelos, pernas, abrindo caminho por entre meus quadris.
Pela primeira vez desde que me aventurei pela Terra do Parto, eu comecei a emitir som. Um longo, profundo hino, uma canção conhecida apenas pelas baleias nos profundos oceanos e pela luz da lua. Minha canção do parto.
Pessoas me rodeavam na Sala Sete. Uma doutora me observava do canto. Nossa parteira. Outra parteira cujos cabelos selvagens cor de âmbar e olhos me lembravam Hera. Meu amor ao meu lado. Nossa doula. Minha mentora espiritual.
Por todo o mundo, pessoas rezavam. Havia homens da medicina em montanhas. Xamãs queimavam sálvia. Uma tribo de mulheres e círculos de deusas aguardavam notícias. Ancestrais e anciãs do mundo do arco-íris estendiam suas mãos, amor tocando amor, oferecendo um novo espírito ao mundo.
Aquela que vem vindo? Ah, como já é amada. Nós somos protegidos. É uma certeza.
Este momento é tudo o que existe. O momento do puxo.
Pelo hospital, é uma Noite de Nascimento. Cada quarto da estalagem está ocupado, cada manjedoura recebendo seu Jesus, cada mulher se tornando a Santa Maria.
Uma mulher está parindo no quarto ao lado do meu. Nós cantamos nossa música de parto juntas.
Eu canto para ela:
“Você é forte. Você vai conseguir! Você pode! Eu estou aqui. Nós vamos fazer isso. Sim!”
Eu ouço sua música de força, suas próprias palavras sussurradas de volta a mim.
Nos encontramos às margens da Terra do Parto, nossos filhos nos braços. Diante de nós, um longo declive escorregadio de volta à Terra dos Outros, o Mundo Real.
Nos entreolhamos. Nossas sobrancelhas franzidas, úmidas de suor. Carregamos manchas de sangue de nossa iniciação. Nossos cabelos desgrenhados e com razão.
Mas nossos olhos... Ah, nossos olhos! Estão mais bonitos do que jamais estiveram. Intensos. Cheios de luz e coragem e bravura além do que se pode conhecer. Nós reivindicamos os tesouros de nossos corações: nossos filhos. Ah, e como lutamos por eles! Com todo o amor em nossos corações e céu que existe em nós. E vencemos!
Nos voltamos ao declive à nossa frente. Rimos uma para a outra e, com nosso grito de guerra de mães... mergulhamos!
Este é o momento em que ela chega. Em uma respiração, uma onda de energia quebrando sobre mim, ela escorrega do meu mundo interior, para o mundo fora de mim.
Ela está aqui!
Ela escorrega para as mãos do meu amor.
Ele a entrega a mim.
Seus olhos arregalados e azuis. Ela deixa escapar um choro.
Ela é quieta, forte, maravilhosa.
Meu próprio Jesus.
Ela está aqui.
Este foi o momento. O momento em que minha filha foi dada pelas estrelas ao mundo, e então aos meus braços. O momento em que eu retornei ao mundo, para nunca mais ser a mesma.
Todos os momentos depois deste. Os difíceis. Os que se manchavam de lágrimas. Os exaustivos. Os exultantes. Os de amor pulsante. Os de coração satisfeito. Os de brilhantes e ofuscantes mudanças. Ampliaram-me os horizontes. Abriram-me. Fizeram-me menor. Fizeram-me maior.